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07/12/2012

Programa Agricultura Familiar e Agroecologia - Petrobras Cidadania e Desenvolvimento

I Seminário de Agroflorestas  e II Seminário de Frutas Nativas do RS proporcionaram debates e trocas de experiências

O evento aconteceu nos dias 21, 22 de novembro, no Centro de Formação Sepé Tiarajú (Viamão) e, dia 23, o encerramento foi na Assembleia Legislativa. Cerca de 180 participantes, entre agricultores, Guaranys, quilombolas, técnicos e pesquisadores de diversas regiões do Estado participaram das discussões com grandes expectativas.   Agricultores familiares, indígenas e quilombolas há muito tempo produzem e exploram de forma sustentável produtos da agrofloresta, em especial as frutas nativas, como forma de geração de renda, garantia de segurança alimentar e nutricional, contribuindo para a conservação da agrobiodiversidade. Porém, eles se deparam constantemente com dificuldades legais referentes ao manejo, comercialização e beneficiamento desses produtos.


No dia 21, houve a abertura dos seminários com a participação de autoridades e instituições parceiras. O segundo dia do encontro foi dedicado a trabalhos em grupo para debater dificuldades, potencialidades e demandas sobre Sistemas Agroflorestais (SAFs).  Os resultados destas discussões foram apresentados no dia 23, no Teatro Dante Barone (Assembleia Legislativa/RS em Porto Alegre). Ocasião em que foi entregue carta ao governo estadual e instituições competentes com propostas levantadas pelos participantes do seminário para incentivar e fortalecer iniciativas em Sistemas Agroflorestais.

O I Seminário de Agroflorestas do RS e o II Seminário de Frutas Nativas do RS são uma realização do projeto Fortalecimento das Agroflorestas no RS: formação de rede, etnoecologia e segurança alimentar e nutricional, executado pela EMATER/ASCAR-RS e UFRGS, através do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural (PGDR) e o Projeto Pró Frutas Nativas de Porto Alegre, desenvolvido pela ONG INGÁ e a parceria da Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), Embrapa Clima Temperado e ONG Sementes da Vida e os patrocínios do Banrisul, SDR, CNPq, Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e Secretaria do Meio Ambiente de Porto Alegre (SMAM).


Debates - Cerca de 10 agricultores familiares  apresentaram suas experiências com produção em agrofloresta, inclusive aqueles do litoral norte acompanhados pela Ação Nascente Maquiné (ANAMA), Centro Ecológico e Emater. O agricultor Rodrigo Wolff de Terra de Areia e presidente da Opac Litoral Norte explanou sobre como as famílias  da região estão se organizando para conseguir a certificação orgânica participativa. Telmo Witt, de Itati, apresentou o trabalho que desenvolve com agroflorestas Logo após as apresentações, os debates foram realizados dentro da perspectiva de quatro eixos – manejo, comercialização, beneficiamento e redes, resultando no levantamento de inúmeros problemas e demandas referente a Sistemas Agroflorestais.

Nas discussões, os agricultores afirmaram que necessitam mais informação sobre legislação. Há falta de clareza sobre a legislação e sua adaptação para manejo da mata nativa e das agroflorestas. Gostariam que fosse simplificado o registro e licenciamento dos produtos da agrofloresta e a legislação fosse diferenciada para agroindústria familiar. Foi sugerida a formação de banco de sementes para trocas locais e  perpetuação das espécies. Uma das demandas propostas  foi o incentivo através de recursos financeiros para implantação de unidades de referência em SAF agroecológico e cursos de formação para agricultores.


Outra importante questão versou sobre como incentivar o jovem a permanecer no campo, mostraram que formação em agroecologia, incentivo em trabalhar junto com a família,  trocas de experiência e acesso a novas tecnologias contribuem para a sua permanência na propriedade rural.

 


Troca-troca - O segundo dia de seminário encerrou com trocas de sementes e mudas, além de venda de produtos caseiros, ao som de violão e muitas conversas. A ANAMA participou desta atividade levando diversas amostras de banco de sementes  em constituição e material de divulgação sobre o projeto Agricultura Familiar e Agroecologia. A feira resultou em muitas sementes, mudas e tubérculos trocados e doados  bem como de informações sobre experiências das diferentes espécies e seu cultivo.

O banco de sementes em constituição tem como propósito facilitar a troca de sementes crioulas entre as agricultores e agricultoras. Uma atenção especial tem sido dada para as espécies de adubação verde como feijão de porco, mucuna-preta, crotalárias e lab-lab. Estas espécies, tem sido utilizadas para a recuperação de áreas desgastadas e rotação de cultivos. Além da dificuldade de compra de sementes, o seu valor de venda tem sido algo. O banco de sementes comunitário procura dar suporte ao resgate destas espécies e torná-las disponível aos agricultores.

 

 

 

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