07/04/2014
Projeto Agroecologia
Projeto Agroecologia avalia ações realizadas entre 2012 e 2014
O encontro teve uma exposição de produtos da Agricultura Familiar Agroecológica
No último dia 25 de março ocorreu o encontro de avaliação do Projeto “Agricultura Familiar e Agroecologia: qualidade de vida e geração de renda no Litoral Norte do Rio Grande do Sul” – Fase II, promovido pela ONG ANAMA, com patrocínio da Petrobras, através do programa Petrobras Desenvolvimento e Cidadania. O evento reuniu agricultores agroecológicos, coletores de frutas nativas, artesãos de fibras vegetais, parceiros e técnicos da ANAMA, a fim de refletirem sobre as ações desenvolvidas ao longo desta segunda fase do projeto, que iniciou em janeiro de 2012 e finaliza as atividades propostas em abril deste ano.
Encontro de Avaliação reuniu 45 pessoas
Ao longo do caminho percorrido pelo Projeto Agroecologia, muitas metas foram alcançadas e seus resultados foram destacados neste encontro avaliativo. Com relação ao objetivo de estruturar e manter as condições para a manutenção e desenvolvimento do trabalho em Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), ocorreu aquisição de um terreno, a construção de um escritório e a participação da equipe técnica no curso sobre SICONV (Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse do Governo Federal), realizado em Lages/SC.
Quanto à assessoria aos agricultores familiares no processo de transição para modelos agroecológicos, houve a participação no Encontro Ampliado da Rede Ecovida/2012; a transição para manejo ecológico de 21 áreas demonstrativas; a realização de 10 Dias de Campo, gerando capacitações sobre Agroecologia; formações em horticultura orgânica e bananicultura orgânica; oficina de manejo e uso sustentável da palmeira Juçara; bem como um banco de sementes potencializado e outros bancos nas propriedades acompanhadas pelo projeto.
No encontro formaram-se Grupos de Trabalho. Este avaliou o projeto na sua totalidade.
No encontro, o agricultor Deroci lembrou que, após iniciar as práticas de adubação verde, “a terra ficou com mais vida, mais macia”. Ele destacou também o curso de produção de banana ecológica, que o levou a começar o manejo no cacho e, a partir de então, passou a ter uma produção com mais qualidade. Com isso, adquiriu um pulverizador por meio do Fundo Estadual de Apoio aos Pequenos Estabelecimentos Rurais – FEAPER – e futuramente, deseja ampliar o manejo para o solo e a folha.
Quanto ao apoio à organização coletiva de grupos e redes da agricultura familiar, foram assinados 41 contratos de venda para a alimentação escolar, pelo grupo Sabores da Terra; além disso, estabeleceram-se quatro pontos de venda e circuitos de comercialização solidária; houve o acompanhamento de reuniões da Rede Ecovida; a melhoria da estrutura da Feira da Agricultura Familiar de Maquiné; a inauguração e acompanhamento da Ecofeira, em Imbé; a realização de um curso de Viabilidade Econômica e Gestão Democrática de Empreendimentos da Agricultura Familiar; a elaboração de um plano de negócios; e a realização de um Encontro de Oportunidades de Venda dos Alimentos Agroecológicos.
Lurdes junto ao marido e à família Silva receberam assessoria e participaram dos cursos oferecidos pelo Projeto Agroecologia.
"Assessoria é fundamental, já faz parte da agricultura familiar, não dá pra dissociar. A gente aprende pela prática. Os saberes que o técnico traz ajudam muito, diminuem muito o tempo para superarmos as dificuldades”, analisaram os agricultores e feirantes Ricardo e Lurdes, de Osório.
No que diz respeito à viabilização e qualificação do processamento de alimentos de grupos e famílias agricultoras, duas agroindústrias receberam assessoria em regularização, boas práticas de fabricação (BPF), desenvolvimento de produtos, e gestão e viabilidade econômica (VE); quatro cozinhas artesanais foram assessoradas em BPF, desenvolvimento de produtos, gestão e VE; um empreendimento de economia solidária foi assessorado em BPF, desenvolvimento de produtos, gestão e VE. Além disso, houve curso de Qualidade e Boas Práticas de Fabricação; e dois dias de visitas técnicas à agroindústria e cozinhas artesanais em São Francisco de Paula (COOPAF Serrana).
“Com acompanhamento é mais fácil. Temos apoio ao processamento e à agroindústria para que possa ser utilizada pela comunidade do Aguapés”, comenta o agricultor Luiz da Silva, de Osório.
Quanto ao objetivo de promover ações de educação em Segurança Alimentar e Nutricional, voltadas ao consumo de alimentos agroecológicos e da agricultura familiar, os resultados alcançados foram a elaboração de 11 apostilas de cursos e oficinas; a realização do curso "PNAE e Cardápios Escolares Saudáveis" para nutricionistas e gestores da alimentação escolar do Litoral Norte; oito oficinas de Culinária e Agroecologia realizadas no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina; uma Formação em Educação Alimentar e Ambiental: aproximando agricultura familiar, alimentação escolar saudável, educação alimentar e ambiental; e cinco atividades culturais realizadas nas feiras e eventos em Imbé, Maquiné e Florianópolis.
Pausa para o lanche com produtos da terra
"Ficou prazeroso comprar da agricultura familiar. (...) pensar na saúde pública, na saúde das crianças e na segurança alimentar", declarou a nutricionista Liziane Lima Moreira, que já foi responsável pela alimentação escolar de Imbé e hoje é assistente da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Ela enfatiza que comprar da agricultura familiar ecológica é relevante, pois além da economia: "(...) também é importante para o meio ambiente, a saúde e para um resgate cultural."
Na finalização das discussões, a coordenadora do projeto, Mariana Oliveira Ramos definiu que ainda é necessário avançar no aprofundamento das parcerias com sindicatos e prefeituras: “Pois é justamente quando estamos em parceria, e principalmente quando estamos fazendo parte das redes, é que temos mais força. E sem as famílias e os técnicos, essas redes não existem”, esclarece. Além de fomentar e fortalecer toda a cadeia que envolve a agroecologia no Litoral Norte gaúcho, o Projeto Agroecologia produziu materiais educativos, ambos disponíveis no escritório e no site da ANAMA (http://www.onganama.org.br/pesquisas.htm), como cartilhas e um vídeo educacional.
Coordenadora pedagógica, Valéria Bastos
Segundo a coordenadora pedagógica do projeto, Valéria Bastos, “O projeto conseguiu fortalecer o trabalho de assessoria técnica em agroecologia desenvolvido pela ANAMA. A continuidade das ações é essencial para dar seguimento ao que foi conquistado para o desenvolvimento saudável da região. Nossas ações, somadas à participação dos agricultores, artesãos e demais parceiros apontam novos rumos para consolidar este trabalho e melhorar a qualidade de vida da população.”
Anaiara Ventura – Assessoria de Imprensa - MTB 115155
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