15/04/2015
Projeto Taramandahy - FASE II
Visita técnica faz análise da implantação de sistemas agroflorestais
Em 2015 continuam as visitas técnicas de acompanhamento a famílias agricultoras assessoradas pelo Projeto Taramandahy – Fase II, desenvolvido pela Anama. Além de acompanhar as atividades de formação e implantação, a ação visa dar suporte às técnicas colocadas em prática pelos agricultores em suas propriedades, realizar o reconhecimento de áreas para valorização das frutas nativas e articular a implementação de unidades demonstrativas em sistemas agroflorestais (SAFs) e de gestão das águas. O Projeto é patrocinado pela Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental, cujas diretrizes e eixos temáticos apoiam iniciativas de conservação, recuperação e uso sustentável da agrobiodversidade, valorizando os conhecimentos tradicionais associados.
No inicio de abril, Gustavo Martins, engenheiro agrônomo e técnico do Projeto, fez uma visita de acompanhamento aos SAFs implantados em 2014, nas propriedades dos irmãos Paulo César e Luís Carlos da Silva. Na ocasião, também foram entregues sementes para adubação verde de inverno. Os Silva produzem banana ecológica, maracujá e frutas nativas na localidade de Aguapés, em Osório-RS.
Martins foi acompanhado pelo engenheiro florestal Jorge de Farias, professor na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) responsável pela pesquisa “Implantação de Unidades de Referência de Manejo Agroflorestal no Contexto da Agricultura Familiar em Áreas de Pousio do Bioma Mata Atlântica” do Departamento de Ciências Florestais da UFSM. Em uma parceria com o Projeto, a universidade leva este tema para a disciplina de Economia Florestal, cujos alunos fazem o trabalho de campo nas propriedades da agricultura familiar assessoradas pelo Taramandahy – Fase II. Para o professor, a implantação de sistemas agroflorestais em propriedades agrícolas familiares é uma nova demanda da sociedade, pois possibilitam a viabilização e harmonização da atividade florestal e da agricultura familiar. Ele prevê muitas atividades dentro da parceria entre universidade e Projeto, especialmente de qualificação e quantificação de dados destas SAFs.
Ao percorrer a agrofloresta em Aguapés, o grupo pôde constatar o sucesso resultante do plantio de adubação verde de verão feito em 2014. As forrageiras leguminosas Crotalária spectabilis e feijão lab-lab possibilitaram o crescimento saudável de árvores frutíferas plantadas na área. A expectativa de Paulo César é que, daqui a dois anos, possa colher cachos do fruto da palmeira juçara, cujo crescimento o surpreendeu. Sua família processa o fruto fazendo a polpa de açaí da Mata Atlântica. Luís Carlos descreveu que antes a terra não produzia com a intensidade que produz hoje.
Martins destacou a lógica implementada pelos agricultores nas agroflorestas, que se distancia de uma economia de escala e se aproxima de uma economia de escopo – em que se somam todas as pequenas economias que têm no conjunto do sistema. Estes sistemas implementados pelas famílias visitadas são um importante meio de favorecer a diversidade de produtos e a sua contribuição para alimentação familiar e geração de renda, bem como, para qualidade ambiental e gestão das águas.
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Anaiara Ventura - Assessoria de Imprensa
Jornalista MTB/RS: 15155
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