26/04/2018
Projeto Taramandahy – Fase III promoveu oficina de implementação de tecnologias ecoeficientes no Centro de Informações Turísticas de Maquiné
Oficina conduziu mutirão no reboco da obra construída para o município
No sábado, 14 de abril, as nuvens escondiam o sol e havia a possibilidade de chuva. Mas nada impediu que um mutirão realizasse o reboco na parede de barro do Centro de Informações Turísticas (CIT) de Maquiné/RS. A oficina de “construção com terra crua, reboco em parede de barro” lotou o espaço interno do CIT com um público que não perdeu nenhum detalhe da apresentação teórica do biólogo e permacultor Jeferson Timm, do Instituto Ambiental Daterra. A atividade é uma das Oficinas de Implementação de Tecnologias Ecoeficientes do Projeto Taramandahy – Fase III, proposto pela Anama, patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental e Governo Federal. Ela ajudou a promover a Educação Ambiental através de estratégias sustentáveis para a gestão dos recursos hídricos da Bacia do Rio Tramandaí.
A exposição era intercalada pela curiosidade e dúvidas dos participantes e por relatos do ecólogo e coordenador do Projeto, Dilton de Castro, sobre os materiais utilizados para construir o Centro em 2010, pelo então Projeto de Desenvolvimento Ecoturístico de Maquiné, executado também pela Anama. A estrutura do prédio foi bioconstruída com paredes de pau a pique – barro e restos de madeira de serrarias - madeira local, vidros reciclados oriundos de indústrias de ônibus, garrafões de vinho que servem tanto para formar a parede, quanto para iluminar naturalmente o ambiente, além de telhas provenientes de demolições. A construção com terra crua se desenvolveu em todo mundo há milhares de anos, sendo uma das tecnologias que contribui com a diminuição da produção de resíduos de construções tradicionais, que acabam por impactar os cursos d’água.
No momento que se faziam os testes misturando a terra, areia e silte (grão de tamanho intermediário entre areia e argila), todos se mantiveram concentrados. Após o almoço no Canto da Terra Armazém Café, colocaram a mão e o pé na mistura composta de argila, areia e esterco bovino e equino fermentado, a fim de rebocar a estrutura.
Entre os participantes, estavam pessoas da comunidade local, representantes da prefeitura, M’byá Guaranis da Aldeia Tekoa Ka'aguy Porã de Maquiné, estudantes de biologia, moradores da região da Bacia, educadores da rede de Educação Ambiental do Litoral Norte, entre tantos outros. Também esteve presente a responsável pelo departamento de Turismo do município, Anelise Mansan, que assumiu recentemente a pasta e que segundo o secretário de Desenvolvimento, Agricultura, Turismo e Meio Ambiente do município, Luciano Almeida Alves, deve utilizar o espaço do CIT. Alves reforçou que esta atividade é muito importante para conscientizar a população da representatividade do CIT, em ser uma bioconstrução e o único espaço de órgão público bioconstruído com base na permacultura, que ele conheça no Rio Grande do Sul.
Ao final do dia, o CIT ficou de cara nova para continuar realizando as atividades dos Conselhos municipais de turismo e meio ambiente e recebendo os visitantes no período de veraneio. Para o facilitador da oficina Jeferson Timm, “ajudar a reformar uma bioconstrução de 10 anos em praça pública foi uma satisfação e mostra como Maquiné está bem amparado e no caminho certo”. Timm chamou a atenção também para a interação entre os participantes e para a possibilidade de ter contribuído para uma melhoria das tecnologias de construção dos indígenas.
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