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20/05/2010

Diagnóstico e participação comunitária para intervenção

O Rio Maquiné apresenta dezenas de trechos comprometidos em sua qualidade ambiental, com leito assoreado e margens desprovidas de vegetação ciliar. Pela importância ecológica regional e social, o rio necessita de ações urgentes para reverter ou minimizar esse quadro. O projeto de Recuperação de Áreas Degradadas, patrocinado pelo Programa Petrobras Ambiental, contratou a empresa Âmbar, que prepara o diagnóstico para intervir no rio. Na entrevista abaixo, a geóloga Adriane Venzon faz uma avaliação sobre as primeiras visitas de reconhecimento.

 

Quais foram os trechos visitados?
Os seis trechos iniciais localizados na parte do rio que atravessa a área urbana, em direção à montante. São trechos importantes, que serão os primeiros a serem trabalhados.

 

Você poderia descrever a situação das áreas?
Me chamou atenção o assoreamento do rio, em especial dois trechos acima, onde o canal original está bastante desviado e já corre por dois caminhos. E a questão das margens que estão também bastante degradadas, o que facilita processos erosivos.

 

Que tipo de uso da terra pode ter levado a essa situação?
Ali é uma região muito conhecida pelo plantio de hortifrutigranjeiros e no decorrer dos anos foi feita uma ocupação das Áreas de Preservação Permanente do rio. Mas não foi somente o fator antrópico, ele se soma ao natural, que é o assoreamento da calha do rio, o que leva à alteração do comportamento hidrodinâmico do seu fluxo e faz com que ocorram erosões nas margens.

 

Que tipo de ações e intervenções o projeto prevê para a recuperação dessas áreas?
Estamos ainda fazendo um reconhecimento. Sabe-se que serão trabalhados 25 trechos, que já estão pré-selecionados, mas para serem executados dependem da concordância dos proprietários. Então, isso também depende da receptividade deles - pelas informações, tem sido boa, com planejamentos de 20, 30 metros de trechos onde vai ser permitida a recuperação da mata ciliar.

O  desassoreamento será feito através da limpeza da calha do rio, com equipamentos apropriados, dentro dos critérios ambientais, para normalizar seu fluxo. Porque em vários trechos ele represa, o que provoca as cheias. No momento em que ele perde o fluxo e a velocidade, na incidência de chuvas de precipitação muito alta, fatalmente vai extravasar.

 

Depois dessa primeira etapa de reconhecimento, qual a próxima fase do projeto?
Parte técnica de levantamento específico para cada trecho. Fazer o diagnóstico e apresentar para a Fepam. E obter a licença de instalação que dará possibilidade de realizar a intervenção.

 

O que te chamou mais atenção até agora?

Foi a consciência dos proprietários do entorno do rio. Eles entendem que temos que tentar recuperá-lo, para evitar os efeitos das cheias que acabam por atingir direto aos que vivem na margem. Tem sido feito um trabalho, nesse sentido, muito positivo.

 

Por Julia Aguiar e André de Oliveira / Coletivo Catarse
Foto: Dilton de Castro

 

 

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