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20/05/2010

Planejamento: recuperação respeitará o rio como ecossistema

Partindo de uma visão sistêmica, onde água-solo-floresta-clima estão relacionados, estão sendo realizadas ações específicas em 25 pontos críticos do rio, num total de 2.500 metros de extensão: no ambiente de leito, onde há acúmulo de seixos e cascalhos, o excesso desse material será removido e utilizado para contenção dos desbarrancamentos e caso ainda haja excesso para calçamento de vias públicas. Nas margens dessas áreas, no ambiente de terra, será feito reflorestamento com espécies nativas encontradas na região. Todas essas ações estão sendo apresentadas à comunidade e são licenciadas pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam/RS), que colaborou desde a elaboração do projeto.

 

Como reflete um anseio local, em especial da população diretamente envolvida com o rio, as ações serão debatidas em diversas instâncias institucionais representativas, além de visitas específicas com agricultores proprietários de terras que margeiam o rio.

 

Depoimentos de agricultores atingidos pelo assoreamento:

 

José Ervino Jacob - da Linha Fagundes
Logo que eu vim morar aqui, há 30 anos, o canal do rio era aqui. Nos últimos dez anos é que se formou essa ilha, com as pedras se amontoando no meio do leito. Isso dividiu o rio em dois canais  e arrombou a estrada que passa aqui ao lado. A prefeitura foi colocando essas pedras para as margens, mas abriu um canal muito pequeno, então, aterrou novamente. Essa árvore foi arrancada dos barrancos e parou aqui, mas essa é só um exemplo, porque o que desce de árvore quando dá enchente... E uma árvore do tamanho dessa, aqui nesse ponto, represa muito mais pedra.


Elton Bopsin - da Linha Cachoeira

Quando eu era pequenote, o rio tinha outra formação, com seus contornos bem marcados. Nos últimos 20 anos as pedras foram acumulando, alterando o curso e agredindo os barrancos, com a força da água cada vez mais forte. E ninguém sabe de qual maneira ele pode vir a ficar mais para a frente. O tempo é o resultado disso e se querem melhoria é preciso preservar as margens, mas a prioridade é a canalizacão do rio, aprofundando a calha e fazendo com que a água não escorra para fora do leito. Eu defendo isso como um primeiro passo, até que me provem o contrário. Reflorestar, hoje, vai demorar para dar resultado e, nesse tempo, o rio pode comer mais um tanto de barranco.

 

Por André de Oliveira / Coletivo Catarse
Foto: Dilton de Castro

 

 

 

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